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Por que apenas traçar metas não funciona... E o que fazer a respeito.


“Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para sair daqui?”
“Isso depende bastante de onde você quer chegar”, disse o Gato.
“O lugar não importa muito…”, disse Alice.
“Então não importa o caminho que você vai tomar.”

Quase todos sabem quase instintivamente o que é uma meta, um objetivo. Desde o bercinho para alcançar a chupeta, até o trabalho, para alcançar uma promoção, o homem é cheio de vontades, de desejos, de sonhos, de responsabilidades...de metas.

Podemos defini-la, pretendendo seguir a tradição grega, como qualquer coisa que seja um bem – e assim nos pareça; algo digno dos nossos esforços e sacrifícios e que, por isso, desejamos.

Uma pessoa sem metas é como a Alice de Lewis Carrol: perdida no caminho como um cachorro que caiu da mudança. Sem saber aonde queremos chegar, sem a fantasia imaginativa do sonho, do ideal que reúne nossos caquinhos existenciais atuais e nos impulsiona, ficamos inertes. Os dias passam cronologicamente, a vida passa biologicamente e nós, no meio deles, parados imbecilmente. Como num palco giratório em que o cenário passa e nós ficamos.

Sem nos projetarmos imaginativamente num futuro, próximo ou distante, que reúne e unifica as razões dos nossos esforços do dia de hoje, nossa psique, plástica que é, acostuma-se à esterilidade. É o breu eterno de uma mente sem metas: as coisas mais fúteis, sem sentido, medíocres, comezinhas, cotidianas tomam o lugar que deveria ser ocupado pela melhor parte de nossa alma e pela motivação mesma dos nossos esforços. Elas escurecem a nossa vista e nos impedem de ver o absurdo do “deixa a vida me levar”. A meta, como a inteligência, parafraseando o professor Olavo de Carvalho, é algo que quanto menos se tem, menos se dá falta.

Tornamo-nos bundas-moles; nossas energias dispersam-se. O tempo passa. Nós passamos. Morremos. E quando “o fizermos”, ou ela, a morte, se fizer em nós, que pensamento teremos no minuto derradeiro? De que tudo valeu a pena ou de que tudo foi em vão? De que buscamos de corpo e alma o bom combate ou nos acovardamos? 

É simples: toda vida humana tem um sentido. Mas ela pode – e isso é o mais grave, enquanto fenômeno biológico e sociológico, passar muito bem sem ele. Passar. Exatamente passar. Ou o encontramos ou apenas vivemos, como macacos, minhocas ou amebas. A vida não é só biológica, mas principalmente uma conquista do espírito.

O primeiro e mais importante passo para saber definir metas é... saber qual o sentido da sua vida. Isso é simples e difícil ao mesmo tempo. Paradoxal como a vida parece gostar de ser, mas muito menos complicado do que nos fazem crer.

Antes de qualquer coisa, quando digo que é preciso saber qual o sentido da vida antes de traçar metas, uso a palavra “saber” no sentido mais amplo possível. Uma coisa tão importante não se deixa expressar numa frase só e é irremediavelmente irredutível a um raciocínio simples. Mais do que uma expressão, o sentido da vida é uma percepção colhida diretamente do contato com a realidade; uma experiência, talvez, que só conhecemos quando estamos vivendo-a.

Para se ter metas, enfim, é preciso saber qual a nossa GRANDE META, A NOSSA META MAIOR. É isso que não entendemos com facilidade. Vivemos às avessas se não fizermos desta maneira: primeiro o objetivo maior da nossa existência deve ser encontrado; depois, e a partir daí, organizamos nossas forças e nossa disposição para a execução dos pequenos atos diários necessários a esse GRANDE OBJETIVO. Normalmente, acreditamos que podemos montar esse quebra-cabeça sem saber o que estamos montando; ajuntamos as peças, sacudimos a caixa e esperamos que o acaso nos dê a figura completa. 

Todas as outras metas, das mais comuns às mais elevadas, deverão subordinar-se à meta maior. Desde a roupa que escolhemos para sair de casa ao carro que compramos ou deixamos de comprar; das amizades que fazemos ao que pedimos em nossas orações, tudo deve visar, em última instância, AO QUE VIEMOS FAZER NO MUNDO.

Se, depois de ler isso tudo, você ainda espera pelas dicas de “como definir metas”, é por que não entendeu a moral da história. Como poderia te dizer o caminho se você não sabe aonde quer chegar? No máximo, sugerimos: atente para suas ações, gostos e desgostos. Olhe, sobretudo, para o seu coração e veja o que há nele. Pelo que ele bate?

Então, e só então, quando soubermos nosso destino, como a Alice deveria ter sabido, poderemos traçar nossa rota. E verdadeiramente viver.

Quer saber mais sobre seu propósito? Quer ajuda para encontrá-lo? Fale comigo pelos contatos abaixo! Será um prazer te ajudar!

Autores:Aline Ibañez - Master Coach
Nelson Camilo - Coach e Estudante de Filosofia
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Comentários

  1. A realidade , o mundo, tem algum sentido a fim de que possamos ter algo de sentido para nós? Sim em um certo sentido e não em outro. Sim, porque o mundo ainda respira algum fim, ordem e beleza seja na natureza como um todo, seja na natureza humana. As cinco vias para a existência de Deus de Santo Tomás de Aquino bem ilustram isto de haver alguma ordem e propósito. Em um outro sentido o mundo é cheio de luta pela sobrevivência, terror e ardil da parte da natureza como um todo, mas sobretudo dolo dos homens maus que prosperam e oprimem o pobre e justo. A resposta cristã como um todo parece bem adequada, pois segundo a Bíblia, Deus diz que cardos e abrolhos surgiriam no mundo por causa do pecado de Adão e junto com ele todos nós, homens, filhos de Adão, homens de todos os tempos. O mundo jaz no maligno diz o mesmo livro sagrado hebreu-cristão. O mundo tornou-se um cadáver putrefato sendo roído por vermes e aves de rapina, os demônios. Nisso tudo podemos ter algo de sentido para nós? Bom, eu diria que, sim, desde que saibamos que viveremos sempre como marinheiros e comandantes de um navio em um mar encapelado, a coisa é bem louca e sem sentido pela opção do mundo, no homem que é seu rei e súdito, pelo mal, desde o Éden até aos dias de hoje.

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